segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Notas de uma observadora.

Dor. Só isso que ela sentia hoje. Com uma carinha abatida, casaco de tricô e se arrastando, ela chegou no local de estudo e sentou-se na mesma cadeira de sempre.
Em tempos passados, ela tinha uma amiga, melhor amiga que sentava ao seu lado mas, ela não a tem mais. A amiga mudou de turma e , impossibilitada de se deslocar de um canto à outro para sentar ao nosso lado, ela decidiu ficar ali mesmo, onde ja havia se instalado.
Pausa pro intervalo e eu a ouvi chamar meu nome. ' Pam '. E foi a primeira vez que eu ouvi me chamarem de verdade e não somente pronunciar meu nome. So de ouvir a voz dela me chamando, eu olhei com tanta dedicação, tanta atenção que, qualquer um que passasse via o quanto eu prestava atenção em cada movimento que ela fazia com a boca pra pedir a matéria da última aula.
Nossa sala, infelizmente, hoje, foi no segundo andar . Ela desceu na minha frente e , xingando a escada, desceu de um em um degrau. Apertei firmemente a mão de uma amiga minha, segurando o choro para que ngm percebesse como eu estava triste e com medo, por ela. E não chorei para que ela não percebesse, que eu sei de tudo o que está acontecendo.
Ao descer, ela se queixava de dor, muita dor mas, não comentava o motivo. Só falava ' gente, só estou com dor ' e, quando eu a ouvia falar isso, meu coração se apertava cada vez mais.
O meu maior medo é que, de uma hora pra outra, aconteça o pior. Que não dê tempo de falar o quanto eu adorava ela, o quanto eu admirava ela pela força de vontade que ela tinha de estudar e o quanto eu sonhava em falar com ela nos primeiros dias de aula.
Eu tenho muito medo da perda mas, tenho muita fé de que tudo vai melhorar . (yn)

Mais um post dedicado à minha amiga Adriana B.

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